MUDANÇA DE MENTE:
FLEXIBILIDADE PARA O “NOVO” DE DEUS
Luciane Prado
A mente humana, em diferentes
aspectos, é uma das mais impressionantes zonas abstratas de longo e rápido
alcance, ao qual perpassa os limites reducionistas dos cincos sentidos. Segundo
Oliveira (2006): “Este futuro veículo de comunicação telepática tornou-se a
arma mais poderosa do século anterior, pois todas as coisas existentes tiveram
sua gênese no mundo das idéias”.
Nesse sentido podemos prever que
a utilidade da mente vai muito além de meros pensamentos, transpassa dimensões
pré-existentes e transfigura-se em matérias – que podem de diversas formas atingir
e envolver as múltiplas conjunturas estabelecidas na existência objetiva e
subjetiva da humanidade.
Ainda neste panorama, Jesus mostrou
que as pessoas que estão crescendo são sempre capazes de mudar sua maneira de pensar
a respeito das coisas. À medida que nos desenvolvemos e aceitamos mudanças, antigas
convicções inflexíveis e descabidas são destruídas e deixam de ter tanta
importância e função para nós, da mesma forma como um odre velho se rompendo
quando o enchemos com vinho novo que então se avoluma.
Se vincular a uma única visão de
algo, ter a suposta versão absoluta de um fato, se arraigar indubitavelmente no
que se pensa ser o correto, sem um questionamento e confimarções coerentes, no
mínimo limita-nos a expansão do entendimento de outras importantes coisas que
poderiam nos acrescentar múltiplos
benefícios.
Neste ensejo existem aqueles que como
porco-espinho, ao se sentirem ameaçados reagem irrefletidamente, outros possuem
um medo brutal de alimentar ou aceitar qualquer ideia nova, dificultando
incontavelmente à abertura de novos relacionamentos e até mesmo novas expedições rumo à Verdade. Nas palavras
do psicólogo e teólogo norte americano Mark Baker: “É necessário que as pessoas
parem durante um tempo de se sentir ameaçadas para que consigam ouvir às outras
e comecem a atingir um entendimento mútuo.”[1]
Particularmente chamo – “quase
arrogância”, sim, para disfarçar o receio de não conhecer o que precisa ser
conhecido e admitir que nem tudo está sob o seu domínio intelectual ou debaixo
de sua avaliação. Por isso, aceno que estes ou estas se cravam de censuras em
suas mentes, nenhuma tão digna e capaz de reaver o quanto precisam abrir o
interior e “aprender a aprender” – Pilar essencial para uma educação e
aprendizado satisfatórios.
Corroborando no sermão Unidade –
parte 1 “Sem Comunhão Não Tem Unidade” § 20, Brian Kocourek faz referência, que
se nós e nossos filhos não entrarmos no pensamento de Deus, então não
receberemos a mudança do corpo, e consequentemente somente aqueles com a mente de Deus se irão ao
arrebatamento.
Geralmente associamos nosso
crescimento subjetivo, intelectual e espiritual a alguém, algum guru, mentor,
sábio ou mesmo um salvador falando em termos afóricos. Nesse sentido, é bom
ponderar, que se estes estiverem se conduzindo numa estrada de nebulosas,
miragem ou inverdades, junto com eles, estaremos. As conseqüências podem não
ser benévolas!
Se aqueles que nos guiam e pelo
qual nos deixamos guiar, se cerrarem em suas ‘verdades’, se, como ostras sem
pérola alguma, se fecharem num mundinho sem novidade qualquer de vida,
trancafiados com as mais variadas concepções inférteis, sem dúvida de Deus -
Autor e Fonte de toda sabedoria, conhecimento e inteligência suprema, nada
receberemos.
Casualmente agindo assim, nosso
ventre (âmago) não é receptivo ao novo de Deus – novo coração, novo espírito e
então ao Espírito Rei – Espírito Santo. Mudanças são necessárias ao Novo nascimento,
visto que ao mestre religioso Nicodemos, Jesus aclarou que era necessário o
Novo nascimento. Por isso, ninguém conjecture entrar ao Reino de Deus sem este.
Continuamente também, não se
podem propor caminhos para se chegar a este processo, não! Isto é uma etapa do
Espírito santo, a partir do momento que nos dispomos à aceitabilidade de novas
Verdades e Perfeita Fé, como igualmente nos despirmos do nosso “eu”, que
religiosamente se chama – Fariseu.
Foi isto que Jesus indicou a Nicodemos,
afirmando que eles não aceitavam o seu testemunho, a sua Verdade vindicada pelo
Pai. Ele assentiu algo simples, natural,
ora, este tal homem sendo uma autoridade na religião judaica, nunca tinha
ouvido mencionarem tamanha “façanha”. Deus faz dessas coisas, sempre age e fala de
forma natural, para que o Seu homem possa presenciar o sobrenatural, visto que
sua visão não está presa aos elementos terrenos. No entanto, Israel agora, sob
o domínio de Roma e de seus líderes farisaicos estava limitado e
tradicionalmente conciliado a sua forma de fé, sem um olhar apurado provido da
Palavra da hora.
E não é isto que se observa em
demasia hoje nos fracionários grupos religiosos? A mera sujeição de códigos morais fundamentados
em noções de religiosidades. Não há - mudança de mente, de curso na vida, uma metanóia[2]
real no meio do povo assim chamado cristão. Este é um perigo iminente ao se
ataviar a velhos e ultrapassados conceitos, valores e dogmas, quando o Guia
Maior – Espírito Santo está batendo asas e dizendo: “Sai de lá povo Meu[3]!”.
Em verdade, muitos estão com déficit da genuína Influência do Espírito de
Verdade.
[...] Deus clama “Despertai-vos! Arrependei-vos de vossa insensatez!” Aqui eles estão emprestando sua influência, dando seu tempo e seu dinheiro, realmente suas próprias vidas a estas organizações do anticristo, e todo este tempo pensando que estão certos. Eles necessitam de arrepender-se. Eles devem se arrepender. Eles carecem de uma mudança de mente e voltar para a Verdade.[4]
Assegura Baker que as crenças que
existem no nosso inconsciente são chamadas de ‘princípios organizadores’. No
percurso vital, acumulamos crenças a respeito de nós mesmos e do mundo que nos
cerca. Tais princípios agem automaticamente na maior parte das vezes sem que
percebamos, determinando nossas escolhas e reações. E são a base da nossa
autoestima.
É somente quando nos tornamos
consciente desses princípios organizadores inconscientes que podemos abrir
espaços para novas convicções. Ou seja, devemos perceber, ter noção do que
cremos, em continuidade, seremos flexíveis ao novo. Essa tomada de consciência
promove o crescimento, assim como um odre novo acolhe o vinho novo. No entanto,
um aspecto bem negativo de tais princípios é se fixar neles e recusar-se a
mudar.
Jesus queria que as pessoas
tivessem consciência de como estava seu relacionamento com Deus, mas Ele
enfrentou barreiras ao tentar apontar isto, uma delas era o fato das pessoas
estarem presas as suas antigas convicções. Primeiro, tinham que perceber suas
correias mentais, para assim, tornarem-se abertas às novas ideias disseminadas
por Ele.
Crenças velhas incoerentes
com a Verdade e inflexíveis são como odres velhos rompendo-se ante o
crescimento, não convergem com a possibilidade de aceitação para aquilo que é
novo. As vezes é fundamental que percebamos o quanto nossas crenças não se
enquadram ao que Deus requer. Devemos em
muitos casos, sermos abertos a pontos de vistas diferentes dos nossos, não considerar-se
‘dono da verdade’, autoridade máxima em determinado assunto, pois nem tudo é
acabado, concluso, todo conhecimento exige continuidade e flexibilidade
a novas mudanças ou acréscimos.
Há muitos de nós que precisam
formatar a mente para concertar e reorganizar a vida; projetar em si, que um
novo sistema operacional de Deus deve ser instalado; Algumas aplicações
rudimentares e viral necessariamente devem ser excluídas e o espaço-mente recalculado para abertura e recepção de
softwares não nocivos e genuinamente espirituais.
Princípios e valores religiosamente
embrionados por úteros intelectuais precisam ser deletados; e o cerne existencial
de uma velha estrutura reprogramado, alinhavado com um ajuste brusco dos planos
da Palavra Original. Estruturas precisam ser rompidas urgentemente nos
dissabores construídos e reconstruídos por nossas hipocrisias religiosas; os
fundamentos arenosos sob a subversão de “Palavra”, que outrora nos cercavam,
embasando-nos de falsa esperança e fé precisam ser ruídos.
Eu quero ler outra tradução (Wuest) deste verso, "Esteja lembrado, portanto, da maneira como tens recebido (a verdade como um depósito permanente) e de que maneira ouvistes (a verdade) e esteja vigilante (vigiando a verdade), e tem uma mudança de mente depressa". (ERA DA IGREJA DE LAODICÉIA, P. 65)
É tempo de se lançar com ímpeto sobre as Asas do Espírito e se deixar cuidar por Ele, se abrindo ao Novo Nascimento e se tornando Sua imagem e Família. O relógio está sem controle, o tempo rapidamente tem passado diante de nós, é um elemento que está muito além de nosso domínio, portanto, não é tempo de remendos, paliação, faz de conta que têm-se o real, mas necessariamente, visceralmente de mudança, da aceitação ao “novo” de Deus; de conclusão de edificações; do desprovimento da velha mente carnal, intelectual, religiosa. Deus nunca nos proveu religião, nunca nos prometeu círculos religiosos ou mentes dogmáticas e inflexíveis.
No sentido intencional deste texto, ao se abordar sobre ser maleável, receptivos e coerentes no contato com o novo, é relevante ponderar que “A palavra da Verdade” deve ser guardada, multiplicada e vigiada. Sem arrazoamento de lado extremo algum. Deve ser respeitada e obedecida na sua máxima para proveito pleno.
[...] Evidentemente a rica Palavra da verdade estava sendo ouvida de uma maneira acadêmica, ao invés de ser ouvida para uma obra prática, porque Deus estava exigindo uma mudança de mente concernente a ela. Se esta é a Palavra de Deus, e verdadeiramente o é, então ela deve ser obedecida. Falhar em obedecer traria julgamento [...][5]
Infelizmente A Palavra de Deus
tem caído nas mãos de homens puramente intelectuais e ambiciosos, que a
retalham, dividem e a manipulam com ênfase na mais elevada sensação de prazer e
‘poder’; fazendo reféns, subjugando de maneira sutil e ardilosa aos incautos e
pessoas vendadas à verdade de Cristo que liberta todo ser, para que a permissão
de “ propagá-la” deva vir deles; pessoas que nada ou quase nada produzem, porém
monopolizam sua expansão. A estes tais é certo usar as palavras de William Branham
na e Era da igreja de Laodicéia: [...] Porém quando vocês tomam minha Palavra e
não a honram, eu em troca tenho que me recusar a honrá-los [...][6].
Estes, como apontado acima, por
rejeitarem a Real posição da Palavra, não são dignos de reconhecimento. Em
verdade isto é uma adjetivação de proporções interiores, que os desqualifica
para agirem em nome de Deus. Por isso, seguir, ouvir, conceber ideias, pedir consultas
e autorização para homens que nada contribuem positivamente à uma transformação
da mentalidade cristã; que não possuem notada referência em assuntos tão sérios,
pois seu testemunho de vida é como uma
bússola danificada apontando rumo a contradições, ou que se expressam como o
absoluto na causa, entre outros sem levar em conta posturas sábias e conhecimentos de personagens verdadeiramente tementes a Deus, pode
parecer ríspida a decisão, mas deve-se desconsiderá-los de possíveis ações
“salvadoras”, pois isso, apenas exaltaria ainda mais seu ego hipócrita.
Mas ainda que tudo se
transtorne, a terra e seus sistemas estejam do avesso com todas as suas
possíveis atrações e devaneios, seguindo na contra-mão dos princípios e
preceitos verdadeiramente cristãos, em todo o percurso humano estão as
Poderosas Mãos do Senhor que tudo vê e sonda, e tem estado a buscar corações e mentes
vazias de concepções inférteis, credos religiosos, ensinos hierárquicos e
tradicionais; corações desprovidos de arrogâncias, prepotências e autossuficiências.
Ele está urgindo a uma restauração de
mentes e vidas assim como foi a de Seu Filho Jesus Cristo. Pois São Paulo mesmo
acentua, que devemos ser transformados pela renovação do nosso entendimento[7],
como também termos a mente de Cristo.[8]
Que possamos
humildemente e desesperadamente insistir em procurar esta mudança como a dracma
perdida[9]
ou como aquele homem que vendeu tudo que tinha para comprar a pérola de grande
valor.[10]·Possuir uma real rendição diante da vontade
do Senhor, reconhecendo nossa insensatez, desvios e fragilidades.
Em adiantado
tempo, com espírito de súplicas e temente, encerro fazendo uso das
significativas palavras do irmão Branham:
E Senhor, não...não me deixes ir até que Tu tenhas minha - minha mente ajustada exatamente como a Tua mente. E então quando a minha mente estiver ajustada exatamente como a Tua mente, então eu crerei em cada Palavra que Tu escreveste. E Tu disseste lá que Tu farias com que tudo operasse junto para o bem daqueles que Te amam, e eu Te amo, Senhor. Tudo está contribuindo para o bem[11].
E ainda, no sermão Cristo é Revelado em Sua Própria Palavra 1965,§ 190: “Pai Celestial, examine nossos corações, neste minuto. É preciso somente um instante de tempo, uma mudança. Deixe que a mente de Cristo entre em nós. A Bíblia disse, “Que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo.” Isso muda nosso caráter [...]”.
DEUS GUIE A SEUS
FILHOS E FILHAS POR UM NOVO CAMINHAR EM
QUE A MENTE - PALAVRA SEMPRE ESTEVE PRESENTE.
Sobre a autora:
Cristã; Pedagoga e Especialista em Neuropsicopedagogia, Educação Especial, Inclusiva e Relações Etnicorraciais.
Professora de disciplinas sociais, filosóficas e pedagógicas na Faculdade Educacional da Lapa e no Instituto de Educação Cultural do Pará em Belém;
Professora Auxiliar de Educação Especial e de disciplinas gerais no ensino Fundamental da rede Municipal de Castanhal-Pará.
Feliz 2017 na Presença de Deus
[1] Baker (2009)
[2] Mudar o próprio
pensamento, mudar de ideia. Seria a mudança do que um indivíduo está
vivenciando para um novo modo de viver...
[3]
Apocalipse 18:4
[4] A Era de Laodicéia, § 138
[5] A Era da Igreja de Sardes
§ 65 (1960)
[6] A Era da Igreja de
Laodicéia, p. 307
[7] Rm 12:2
[8] I Co 2:16
[9] Lc 15:8-10
[10] MT 13:45-46
[11]
Cristo É Revelado Em Sua Própria Palavra §35 (1965)
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